domingo, 30 de maio de 2010

Texto completo: Afinidade

Alguns dias atrás publiquei um trecho de um texto. Como achei lindo procurei pelo texto inteiro.
Encontrei e vou publica-lo.


AFINIDADE


A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil,
delicado e penetrante dos sentimentos.
É o mais independente.

Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,
as distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade,
qualquer reencontro retoma a relação,
o diálogo, a conversa,
o afeto no exato ponto em que foi interrompido.

Afinidade é não haver tempo mediando a vida.
É uma vitória do adivinhado sobre o real.
Do subjetivo para o objetivo.
Do permanente sobre o passageiro.
Do básico sobre o superficial. Ter afinidade é muito raro.
Mas quando existe
não precisa de códigos verbais para se manifestar.
Existia antes do conhecimento,
irradia durante e permanece
depois que as pessoas deixaram de estar juntas.
O que você tem dificuldade de expressar a um não afim,
sai simples e claro diante de alguém com quem você tem afinidade.

Afinidade é ficar longe pensando parecido
a respeito dos mesmos fatos que impressionam,
comovem ou mobilizam.
É ficar conversando sem trocar palavras.
É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.Afinidade é sentir com, nem sentir contra,
nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo.
Quanta gente ama loucamente,
mas sente contra o ser amado.
Quantos amam e sentem para o ser amado,
não para eles próprios.

Sentir com é não ter necessidade de explicar
o que está sentindo.
É olhar e perceber.
É mais calar do que falar, ou, quando é falar,
jamais explicar: apenas afirmar.

Afinidade é jamais sentir por.
Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo.
Mas quem sente com, avalia sem se contaminar.
Compreende sem ocupar o lugar do outro.
Aceita para poder questionar.
Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar. Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças.
É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas
quanto das impossibilidade vividas.

Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou
sem lamentar o tempo de separação.
Porque tempo e separação nunca existiram.
Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida,
para que a maturação comum pudesse se dar.
E para que cada pessoa pudesse e possa ser,
cada vez mais a expressão do outro
sob a forma ampliada do eu individual aprimorado...

Arthur da Távola

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Apenas eu o via...

Como o mundo dá voltas... E ainda bem que isso acontece.

Encontros e desencontros onde apenas eu o via... Olhava e tentava em um minuto que seja chamar tua atenção pra mim... Tudo em vão...

Esquecimentos... Distâncias... E novamente o reencontro onde apenas eu o via, e novamente vc se perdia em outros tantos olhares...

Pessoas em comum, amigos em comum, mas reencontros nada convencionais, onde apenas eu o via.

O mundo dá voltas... Ainda bem que isso acontece.

Pessoas ligaram nossas vidas sem nós apresentar e aí sim pude olhar pra vc e receber seu olhar...

Medo, ansiedade, vontade, desconhecido, alegria...

E aí sim ali estava vc a minha frente, onde nas voltas que o mundo dá tive o tão esperado momento: Estar ao seu lado.

E o que viria depois? Amor... Amizade...?

Viria um momento mágico onde dois seres jamais saberiam o caminho... E pra se saber esse caminho teria que se entregar.

Assim o fizemos. Nos entregamos a momentos mágicos e inesquecíveis.

Texto: Polly Dias***
Escrito em: 04/04/2010
Publicado em: 28/05/2010


terça-feira, 25 de maio de 2010

Decifra-me


Não venha me falar de razão,
Não me cobre lógica,
Não me peça coerência,Eu sou pura emoção.
Tenho razões e motivações próprias,
Sou movido por paixão,
Essa é minha religião e minha ciência.
Não meça meus sentimentos,
Nem tente compará-los a nada,
Deles sei eu,
Eu e meus fantasmas,
Eu e meus medos,Eu e minha alma.
Sua incerteza me fere,
Mas não me mata.
Suas dúvidas me açoitam,
Mas não deixam cicatrizes.
Não me fale de nuvens,
Eu sou Sol e Lua,
Não conte as poças,
Eu sou mar,Profundo, intenso, passional.
Não exija prazos e datas,
Eu sou eterno e atemporal.
Não imponha condições,
Eu sou absolutamente incondicional.
Não espere explicações,
Não as tenho, apenas aconteço,Sem hora, local ou ordem.
Vivo em cada molécula,
Sou o todo e sou uno,
Você não me vê,
Mas me sente.
Estou tanto na sua solidão,
Quanto no seu sorriso.
Vive-se por mim,Morre-se por mim,
Sobrevive-se sem mim.
Eu sou começo e fim,
E todo o meio.
Sou seu objetivo,
Sua razão que a razão
Ignora e desconhece.
Tenho milhões de definições,
Todas certas,
Todas imperfeitas,Todas lógicas apenas
Em motivações pessoais,
Todas corretas,
Todas erradas.
Sou tudo,
Sem mim, tudo é nada.
Sou amanhecer,
Sou Fênix,Renasço das cinzas,
Sei quando tenho que morrer,
Sei que sempre irei renascer.
Mudo protagonista,
Nunca a história.
Mudo de cenário,
Mas não de roteiro.
Sou música,
Ecôo, reverbero, sacudo.
Sou fogo,
Queimo, destruo, incinero.Sou água,
Afogo, inundo, invado.
Sou tempo,
Sem medidas, sem marcações.
Sou clima,
Proporcional a minha fase.
Sou vento,
Arrasto, balanço, carrego.
Sou furacão,
Destruo, devasto, arraso.
Mas sou tijolo,
Construo, recomeço...Sou cada estação,
No seu apogeu e glória.
Sou seu problema
E sua solução.Sou seu veneno
E seu antídoto
Sou sua memória
E seu esquecimento.
Eu sou seu reino, seu altar
E seu trono.
Sou sua prisão,
Sou seu abandono eSou sua liberdade.
Sua luz,
Sua escuridão
E seu desejo de ambas,
Velo seu sono...
Poderia continuar me descrevendo
Mas já te dei uma idéia do que sou.
Muito prazer, tenho vários nomes,Mas aqui, na sua terra,
Chamam-me de AMOR.


Texto: Autor deconhecido
Imagem: Romero Britto (internet)

domingo, 23 de maio de 2010

Procura...

Nas conversas pela net sempre nos deparamos com frases e pensamentos que os outros julgam certos, e ou julgam ser a maneira de pensar.

Longe de mim, questionar o que o outro pensa e de querer fazer com que pense como eu. Mas cada um tem uma forma de pensar e numa dessas conversas vi numa frase, ou melhor, numa fala de algo que me fez despertar pra um assunto que acredito que a maioria já fez e se não fez pensou em fazer.

Quando um relacionamento chega ao fim uma das partes sai pra vida lá fora (muitas vezes as duas partes). Uma vida de FARTURA como se dizem por aí, já que nesse mercado de relacionamentos for one night há tanta oferta. Mas é uma oferta fugas, onde o desejo ou a necessidade fala alto, mas é frio já que não existe sentimento, e nunca existiu. E assim passam a noite.

Já outro dia vão para a noite e lá estão outra vez nessa procura do prazer por uma noite. E assim vão, noites e noites nessa vida de noites com fim frio e desolador. Não julgo mal quem faz isso, cada um vive a sua maneira.

Mas tem dias que não se quer aquela boca desconhecida e nem aquele abraço frio. Tem noites que se quer a compreensão de um sorriso, o beijo de uma boca carinhosa, um abraço que acolhe e protege. Nessa noite não se procura alguém desconhecido, mas se procura aquele velho amor, ou aquele amor recém-terminado, mas que sabemos que nele não teremos apenas prazer e sim uma coisa tão esperada e pouco oferecida nesse mundo de hoje: COMPANHIA. Nessa noite revivem sensações não só de prazer, mas de amor, amizade, respeito, lealdade e principalmente a companhia, aquela tão vivida e valorizada. Essa noite é marcada na tranquilidade de um abraço aconchegante. E tem coisa melhor do que ser acolhido em um abraço de confiança?

Creio eu que não.

Mas aí, vem o outro dia. Cada um segue seu rumo e isso é a vida. Muitos seguem com um vazio, mas a maioria não.

Não seguem com o vazio porque sabem que a noite vivida não foi apenas de prazer e desejo e sim de confiança e companheirismo.

E outros já não pensam assim. Vão vivendo noites e noites, onde muitas delas estão a procura de um abraço acolhedor, mas o medo de que o outro se sinta usado faz com que não vá a procura daquela determinada pessoa, e assim se envolvem em abraços frios e distantes.

E vão seguindo suas vidas...

Vidas de abraços mornos e sorrisos interessados...


Texto: Polly Dias***

sábado, 22 de maio de 2010

Não importa...

Não importa o tempo, a ausência, os adiantamentos, as distâncias, as impossibilidades.

Quando há afinidade qualquer reencontro retoma a relação, o dialogo, a conversa, o afeto...

No exato ponto em que foi interrompido.


Autor: Desconhecido